INTRODUÇÃO
Os temas transversais são
constituídos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN's) e compreendem seis
áreas: Ética, Orientação Sexual, Meio Ambiente, Saúde, Pluralidade Cultural e
Trabalho/Consumo. Além desses temas, podem ser desenvolvidos os temas locais, que visam a tratar de conhecimentos vinculados à
realidade local. Eles devem ser recolhidos a partir do interesse específico de
determinada realidade, podendo ser definidos no âmbito do Estado, Cidade ou
Escola. Uma vez feito esse reconhecimento, deve-se dar o mesmo tratamento que
outros temas transversais.
Os temas transversais expressam
conceitos e valores básicos à democracia e à cidadania e obedecem a questões
importantes e urgentes para a sociedade contemporânea. A ética, o meio
ambiente, a saúde, o trabalho e o consumo, a orientação sexual e a pluralidade
cultural não são disciplinas autônomas, mas temas que permeiam todas as áreas
do conhecimento, e estão sendo intensamente vividos pela sociedade, pelas
comunidades, pelas famílias, pelos alunos e educadores em seu cotidiano.
Portanto, a ideia-chave dos PCNs
é reinserir a escola e toda comunidade escolar no plano da vida real, tratando
de questões importantes e que estão presentes no cotidiano dos alunos. Através da Ética, o aluno deverá entender o conceito de justiça baseado na
equidade e sensibilizar-se pela necessidade de construção de uma sociedade
justa, adotar atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças
sociais, discutindo a moral vigente e tentando compreender os valores presentes
na sociedade atual e em que medida eles devem ou podem ser mudados. Através do
tema Meio Ambiente o
aluno deverá compreender as noções básicas sobre o tema, perceber relações que
condicionam a vida para posicionar-se de forma crítica diante do mundo, dominar
métodos de manejo e conservação ambiental. A Saúde é um direito de todos. Por esse tema o
aluno compreenderá que saúde é produzida nas relações com o meio físico e
social, identificando fatores de risco aos indivíduos necessitando adotar
hábitos de autocuidado. A Pluralidade cultural tratará da diversidade do patrimônio
cultural brasileiro, reconhecendo a diversidade como um direito dos povos e dos
indivíduos e repudiando toda forma de discriminação por raça, classe, crença
religiosa e sexo. A orientação sexual, numa perspectiva
social, deverá ensinar o aluno a respeitar a diversidade de comportamento
relativo à sexualidade, desde que seja garantida a integridade e a dignidade do
ser humano, conhecer seu corpo e expressar seus sentimentos, respeitando os
seus afetos e do outro.
Os Temas Transversais caracterizam-se
por um conjunto de assuntos que aparecem transversalizados em áreas
determinadas do currículo, que se constituem na necessidade de um trabalho mais
significativo e expressivo de temáticas sociais na escola. Alguns critérios
utilizados para a sua constituição se relacionam à urgência social, a
abrangência nacional, à possibilidade de ensino e aprendizagem na Educação
Básica e no favorecimento à compreensão do ensino/aprendizagem, assim como da
realidade e da participação social. Temas que envolvem um aprender sobre a
realidade, na realidade e da realidade, preocupando-se também em interferir na
realidade para transformá-la. Atuam como eixo unificador, em torno do qual se organizam
as disciplinas, devendo ser trabalhados de modo coordenado e não como um
assunto descontextualizado nas aulas. O que importa é que os alunos possam
construir significados e conferir sentido aquilo que aprendem.
O papel da escola ao trabalhar Temas
transversais é facilitar, fomentar e integrar as ações de modo contextualizado,
através da interdisciplinaridade e transversalidade, buscando não fragmentar em
blocos rígidos os conhecimentos, para que a Educação realmente constitua o meio
de transformação social. A ação pedagógica
através dessa interdisciplinaridade aponta para a construção de uma escola
participativa e decisiva na formação do sujeito social. O seu objetivo
tornou-se a experimentação da vivência de uma realidade global, que se insere
nas experiências cotidianas do aluno, do professor e da sociedade que, na
teoria positivista era compartimentada e fragmentada. A sabedoria, o
conhecimento, a vivência, a escola, a comunidade, o meio ambiente, dentre
outros, tornou-se nos últimos anos, o objetivo da interdisciplinaridade que se
traduz na prática, por um trabalho coletivo e solidário na organização do saber.
Um projeto interdisciplinar de educação, por exemplo, deverá ser marcado por
uma visão geral da educação em um sentido progressista e libertador.
As temáticas da diversidade podem e devem fazer parte do
cotidiano escolar. Educadores podem lançar mão de estratégias de ensino e
aprendizagem que utilizem os Projetos Interdisciplinares como mecanismos de
inserção de atividades que tratem prazerosa e substancialmente das questões de
gênero, etnias, ambientes e culturas. Isso pode ser feito de maneira que os
educandos fortaleçam os seus vínculos com suas próprias identidades e
subjetividades.
No âmbito das políticas públicas
voltadas à Educação, muitas ações são destinadas principalmente ao Meio
Ambiente. Essas questões ambientais incluem-se dentre os temas contemporâneos
que exigem uma abordagem inter e transdisciplinar, contemplando uma nova
articulação das conexões entre as ciências naturais, sociais e exatas. Nesse
contexto fica evidente a importância do papel da Educação Ambiental no
despertar da consciência para a cidadania, pois é ela que através do seu
princípio de abordagem holística da realidade, vai levar os alunos a reconhecer
e compreender a relação entre o seu cotidiano pessoal e a questão ambiental,
com alcance muito mais amplo.
Cabe a nós
como docentes desenvolvermos uma visão mais crítica do processo de educação e
utilizar da Didática como instrumento de pesquisa e transformação das ações
desenvolvidas no âmbito da escola, seja em qualquer dos níveis de nossa atuação.
Criticar e apontar falhas não são suficientes, é preciso buscar o entendimento
do contexto social e assim inserir novas formulações. Com base nos preceitos e na perspectiva das diretrizes da
Política Nacional de Educação (Lei nº 9795/99), que coloca como um dos
objetivos fundamentais da Educação Ambiental, a necessidade do desenvolvimento
de uma compreensão integrada do meio ambiente, em suas múltiplas e complexas
relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos,
sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos, essa
atividade
tem por objetivos, relatar as experiências práticas de como inserir no
cotidiano escolar, a temática meio ambiente de forma transversal; contribuir
para fomentar a reflexão sobre os processos de Educação Ambiental, visando
auxiliar na implementação e implantação de projetos, de atividades
interdisciplinares na perspectiva dos Parâmetros Curriculares Nacionais e das
diretrizes da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9795/99).
APRESENTAÇÃO
COMENTADA DAS EXPERIÊNCIAS
É evidente a
importância de sensibilizar os humanos para que ajam de modo responsável e com
consciência, conservando o ambiente saudável no presente e para o futuro.
Entende-se por educação ambiental os processos por meio do qual o indivíduo e a
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente e à sadia qualidade
de vida e sua sustentabilidade. Promove-se a articulação das ações educativas
voltadas às atividades de proteção, recuperação e melhoria ambiental, e de
potencializar a função da educação para as mudanças culturais e sociais, que se
insere a Educação Ambiental no planejamento estratégico para o desenvolvimento
sustentável. A escola dentro da Educação Ambiental deve sensibilizar o aluno a
buscar valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente e as
demais espécies que habitam o planeta.
A principal função do trabalho com o
tema Meio Ambiente é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos
a decidir e atuar na realidade socioambiental de um modo comprometido com a
vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade, local e global. Para isso é
necessário que, mais do que informações e conceitos, a escola se proponha a
trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e aprendizagem de
procedimentos. E esse é um grande desafio para a educação. Assim, a grande
tarefa da escola é proporcionar um ambiente escolar saudável e coerente com
aquilo que ela pretende que seus alunos apreendam, para que possa, de fato,
contribuir para a formação da identidade como cidadãos conscientes de suas
responsabilidades com o meio ambiente, e capazes de atitudes de proteção e
melhoria em relação a ele. Em contrapartida, a escola tem que garantir
situações em que os alunos possam colocar em prática sua capacidade de atuação.
Sistematizar e problematizar suas vivências e práticas, à luz de novas
informações contribui para o reconhecimento da importância do trabalho de cada
um, permitindo assim a construção de
um
projeto consciente de educação ambiental.
A
escola é o espaço social e o local onde o aluno dará sequência ao seu processo
de socialização. O que nela se faz, se diz e se valoriza representa um exemplo
daquilo que a sociedade deseja e aprova. Comportamentos ambientalmente corretos
devem ser aprendidos na prática, no cotidiano da vida escolar, contribuindo
para a formação de cidadãos responsáveis, e nada melhor do que inserir tudo
isso de uma maneira transversal.
Trabalhar de forma transversal
significa buscar a transformação dos conceitos, a explicitação de valores e a
inclusão de procedimentos, sempre vinculados à realidade cotidiana da
sociedade, de modo que obtenha cidadãos mais participantes. Cada professor,
dentro da especificidade de sua área, deve adequar o tratamento dos conteúdos
para contemplar o Tema Meio Ambiente, assim como os demais Temas Transversais.
Essa adequação pressupõe um compromisso com as relações interpessoais no âmbito
da escola, para haver explicitação dos valores que se quer transmitir e
coerência entre estes e os experimentados na vivência escolar, buscando
desenvolver a capacidade de todos para intervir na realidade e transformá-la,
tendo essa capacidade relação direta com o acesso ao conhecimento acumulado
pela humanidade. É desejável que a
comunidade escolar (professores, funcionários, alunos e pais) reflita
conjuntamente sobre o trabalho com o tema Meio Ambiente, sobre os objetivos que
se pretende atingir e sobre as formas de conseguir isso, esclarecendo o papel
de cada um nessa tarefa. O convívio escolar é decisivo na aprendizagem de
valores sociais e o ambiente escolar é o espaço de atuação mais imediato para
os alunos. Cada professor pode contribuir decisivamente ao conseguir explicitar
os vínculos de sua área com as questões ambientais, por meio de uma forma
própria de compreensão dessa temática, de exemplos abordados sobre a ótica de
seu universo de conhecimentos e pelo apoio teórico-instrumental de suas
técnicas pedagógicas.
Nos
últimos anos, observa-se uma expansão da educação ambiental no ensino formal,
ocorrendo sua universalização nas escolas. A
LDB (Lei de Diretrizes e Bases) sancionada em 1997 relaciona a Educação
Ambiental como tema transversal, os PCNs, e deixa claro que a mesma deve ser
trabalhada de forma interdisciplinar e em consonância com o contexto social. Porém, mesmo que a inserção desta
temática seja atualmente uma realidade no ensino formal, sabe-se das
dificuldades e desafios que a educação ambiental ainda tem que enfrentar no dia
a dia escolar. Devido ao próprio dinamismo da sociedade, o despertar para a
questão ambiental no processo educativo deve começar se possível, desde a
infância.
Através das
diversas pesquisas feitas sobre essa prática ambiental, foi verificado em sua
maior parte que a educação ambiental não é uma área de conhecimento e atuação
isolada. Ao contrário, o contexto em que surgiu deixa claro seu propósito de
formar agentes capazes de compreender a interdependência dos vários elementos
que compõem a cadeia de sustentação da vida, as relações de causa e efeito da
intervenção humana nessa cadeia. Geralmente é um tema que esta inserido de
maneira informal, onde é trabalhado diretamente com os alunos. Isso é fundamental,
pois os envolvem em questões sobre as problemáticas do meio ambiente e assim,
sentem-se elemento importante de transformação onde cada um é responsável e
pode fazer a sua parte para que possamos viver num mundo melhor. Foi percebido
também que na maioria dos casos, há a necessidade de haver cursos de
capacitação e formação continuada sobre a temática ambiental para todos os
professores. Salienta-se também a importância do papel da escola em inserir a
temática ambiental no cotidiano escolar. Projetos voltados à educação ambiental
são de suma importância para o desenvolvimento da formação da consciência do
aluno em preservar o meio ambiente.
Com os
conteúdos ambientais permeando todas as disciplinas do currículo e
contextualizados com a realidade da comunidade, a escola ajudará o aluno a
perceber a correlação dos fatos e a ter uma visão holística, ou seja, integral
do mundo em que vive. Para isso a Educação Ambiental deve ser abordada de forma
sistemática e transversal, em todos os níveis de ensino, assegurando a presença
da dimensão ambiental de forma interdisciplinar nos currículos das diversas
disciplinas e das atividades escolares. Porém, pode-se demonstrar que a
temática ambiental não deve ser discutida e desenvolvida de uma mesma forma, em
todos os níveis do ensino formal, devendo considerar as características
diferenciadas de cada fase, como os recursos didáticos e procedimentos
pedagógicos comumente utilizados, a fim de constituir-se em um trabalho
coerente e bem sucedido.
Considerando
a importância da temática ambiental e a visão integrada do mundo, no tempo e no
espaço, a escola deverá oferecer meios efetivos para que cada aluno compreenda
os fenômenos naturais, as ações humanas e sua consequência para consigo, para
sua própria espécie, para os outros seres vivos e o ambiente. É fundamental que
cada aluno desenvolva as suas potencialidades e adote posturas pessoais e
comportamentos sociais construtivos, colaborando para a construção de uma
sociedade socialmente justa, em um ambiente saudável.
Possibilidades de Atividades Práticas
Existem várias ações que podem ser
desenvolvidas dentro da escola a partir da temática Educação Ambiental. Segue
algumas das quais achei super interessante: Coleta Seletiva de Lixo – os alunos conhecem e entendem a seleção e
assim um maior cuidado passa a ser dispensado ao lixo. A coleta seletiva e a
reciclagem de resíduos são soluções desejáveis, por permitirem a redução do
volume de lixo para disposição final. O fundamento da coleta seletiva é a
separação, pela população, dos materiais recicláveis (papéis, vidros, plásticos
e metais) do restante do lixo. A implantação da coleta seletiva pode começar
com uma experiência piloto, que vai sendo ampliada aos poucos. O primeiro passo
é a realização de uma campanha informativa junto à população, convencendo-a da
importância da reciclagem e orientando-a para que separe o lixo em recipientes
para cada tipo de material. A pintura ou padronização das latas de lixo para a
coleta correta também pode se dar de maneira lúdica, o que traz uma maior
probabilidade de engajamento dos alunos nas atividades. Oficina de reciclagem – É uma atividade que possui um custo
inicial, mas, eleva o processo de aprendizado e consciência do aluno para
tratar o que é considerado lixo ou descartável. Essa atividade pode envolver
artesanato de jornais, revistas, pintura em vidro, modelagem de quadros etc. Confecção de
um minhocário – Materiais necessários
para cada minhocário: Uma garrafa pet de 2 litros e uma menor de água mineral,
brita ou pedrinhas, terra, saco de lixo preto, minhocas. Procedimentos: Corte a
garrafa pet tirando o bocal. No fundo da garrafa coloque brita (não há
necessidade de furar o fundo da pet). Sobre a brita coloque a garrafa menor
(com água e tampa) dentro da garrafa pet. Ao redor, despeje a terra e largue as
minhocas. Após terminar, utilize um saco de lixo escuro para envolver a
garrafa, pois as minhocas não são acostumadas com claridade. Não é necessário
molhar, pois a garrafinha com água fornece umidade para a terra, a não ser que
seja uma região de excessivo calor, molhe de vez em quando, podendo colocar
alguns lixos orgânicos sobre a terra para alimento das minhocas. Depois de
dias, ao tirar o saco de volta da garrafa poderemos observar os caminhos das
minhocas bem definidos. Volte a cobrir com o saco de lixo evitando a luz para
as minhocas. Confecção de mini hortinhas
com garrafas pet – Materiais necessários: garrafas pet, tesoura, terra,
mudinhas ou sementes. Procedimentos:
Deite a garrafa pet e corte um dos lados da “barriga” da garrafa, sem atingir o
fundo nem a boca da garrafa. Faça pequenos furinhos no fundo e coloque terra.
Em seguida, plante as sementes ou as mudas e é só cultivar com cuidado. Como
suporte podemos usar caixas de ovos para que não fiquem diretamente no chão e,
de tempos em tempos, estes suportes poderão ser substituídos, pois podem
apodrecer com a umidade que escorre do excesso da água pelos furinhos da
garrafa. Preservação da Flora – Para
que possa ser bem praticada, deve-se enfatizar o processo de conscientização
ambiental, mostrando aos alunos a diferença entre um local preservado e um
local não preservado por meio de visitas no respectivo município.
Desenvolvimento: A primeira visita deverá ser em um local preservado. Pode ser
uma praça, um parque (se houver), um clube, dentre outros. Durante a visita, o
professor deverá mostrar aos alunos a vegetação do local. A segunda visita será
em um local onde se apresente degradação das árvores. Pode ser um local onde
tenha ocorrido uma queimada recentemente, ou uma área de desmatamento. Essas
visitas deverão ser realizadas em dois dias distintos para que a observação
seja bem marcada. È muito importante que o local de preservação e o local
degradado do município estejam bem caracterizados, para assim os alunos terem
plena consciência ambiental. Atividade de aventura: prática física no meio
natural – Os PCN’s recomendam uma Educação Física que extrapole suas
atividades curriculares, e que vise a construção de uma escola comprometida com
a transformação social que favoreça o conhecimento crítico da realidade. Proposta
de aliar atividades de aventura e educação ambiental nas aulas de Educação
Física apresenta possibilidades significativas. Não se pode negar o potencial
motivador interveniente na busca por fortes sensações, no novo, no desconhecido
e no não convencional que as atividades de aventura exercem sobre as pessoas,
principalmente sobre o público jovem que se encontra inserido na Educação
Básica. Apesar do custo elevado de alguns equipamentos específicos para a
prática de determinadas modalidades de atividade de aventura, há aquelas que poderiam
ser incluídas na escola, como exemplo, o trekking, corridas de orientação, skate, caminhadas ecológicas, por serem atividades esportivas
que se adaptam bem a realidade da maioria das escolas. Tratam-se de modalidades
que não requerem equipamentos específicos, o que por sua vez, facilita sua
inclusão. É importante a ênfase na ação crítica dos alunos nas relações que
estabelecem com a natureza, apropriando-se de valores ambientais na prática das
atividades de aventura junto à natureza, buscando certificar que essas práticas
não estejam agredindo o meio no qual elas são realizadas. E que a natureza seja
mais que um mero palco para as atividades, mas que haja uma relação de troca,
de saber conviver e respeitar. Dentre
outros...
Por meio de alguns exemplos de
práticas pedagógicas, pode-se perceber a importância da temática Meio Ambiente
e do qual ambiente e disciplinas podem ser anexados, trabalhados e debatidos,
sendo portanto um tema realmente de proporção interdisciplinar e transversal. Percebe-se que a Educação Ambiental é portanto, um
instrumento importante para se alcançar uma sustentabilidade de fato e para
tanto se faz necessário um processo de aprendizagem contínua, baseado na
melhoria da qualidade de vida e promoção da consciência individual gradativa.
Além disto, é necessário e fundamental, que seja feita uma reflexão sobre as
nossas escolhas pessoais e coletivas e nossas responsabilidades perante as
atuais e futuras gerações. Assim, estas discussões em torno da implementação da
Educação Ambiental nas escolas, tem de ultrapassar as paredes burocráticas e
chegar rapidamente, às salas de aula, e isto não pode acontecer apenas por obra
de um professor ou de um grupo, ou escola ou rede, estas discussões têm de
ganhar status de política de Estado e permear toda sociedade.
CONCLUSÃO
Educar para o desenvolvimento
sustentável, para o meio ambiente, representa estimular o exercício da
cidadania, valorizar as diversas formas de conhecimento no contexto
interdisciplinar e fortalecer a consciência ambiental. Entendemos assim, que a
questão ambiental está cada vez mais presente no cotidiano da sociedade sendo,
portanto, a educação ambiental indispensável na formação do educador que
pretende contribuir para o debate e para reflexão sobre a relação da escola com
as questões sociais, políticas, econômicas e ambientais, em consonância com as
Diretrizes da Política Nacional de Educação Ambiental. Acredita-se que o
caminho que vem sendo trabalhado pelo Ministério da Educação, ao
desenvolvimento da educação ambiental no Brasil, trouxe significativos avanços
e contribui com experiências inovadoras, mas fica ainda a sensação de que a
estrada é longa, cheia de dificuldades o que requer muita organização,
pesquisa, investigação, perseverança, foco e ousadia.
A Atividade, levando-se em
consideração o exposto no referencial teórico sobre a temática ambiental e as
práticas pedagógicas, proporcionou uma
oportunidade de reflexão sobre a complexidade dos problemas ambientais e do
papel fundamental da educação ambiental nas escolas como instrumento essencial
à construção da cidadania, cultura e sustentabilidade do Meio Ambiente,
não permitindo abordagens sob a ótica de uma única ciência, exigindo-se
tratamento interdisciplinar e transversal da educação ambiental.
A
questão ambiental está cada vez mais presente no cotidiano da população
brasileira, sendo, portanto o tema educação ambiental indispensável nas
escolas, na sociedade. A educação ambiental, considerada de uma perspectiva
consciente de seus limites, pode ser o caminho para alterar a forma como a
sociedade tem de se relacionar com o meio natural. Ela se processa como uma
metodologia de caráter interdisciplinar, o que tem dificultado a inserção da
abordagem das questões ambientais no sistema de ensino, na qual recomenda-se
incentivar o desenvolvimento de trabalhos e atividades em grupo envolvendo
diferentes setores culturais, utilizando-se de recursos artísticos e científicos
reforçando o conceito de educar por meio do lúdico, a fim de estimular atitudes
e ações favoráveis a preservação do meio ambiente e de respeito e
responsabilidade em relação ao bem estar dos indivíduos.
A proposta de
educação ambiental apresentada como sugestão tem como meta o desenvolvimento de
pessoas que acreditam no entendimento, consciência e compromisso para com o
meio ambiente e se propõe a oferecer uma visão ampla sobre a realidade
existente e todos os aspectos sociais envolvidos na questão ambiental.
Desenvolver práticas pedagógicas, projetos coletivos, parece ser uma estratégia
que pode facilitar o inicio do desenvolvimento de educadores e alunos nas
práticas interdisciplinares sobre a temática ambiental.
Os Temas
Transversais são mais uma forma de incluir as questões sociais no currículo
escolar, que se enriquece através da flexibilidade, uma vez que os temas podem
ser contextualizados e trabalhados de acordo com as diferenças locais e
regionais. Eles foram escolhidos por um critério de necessidades comuns em todo
o território nacional (abrangência nacional) e por um discernimento de urgência
social. Os temas transversais devem ser trabalhados de maneira
interdisciplinar, para que seja possível transformar e aceitar uma visão
diferenciada de mundo, de conhecimento e de ensino e aprendizagem. A
interdisciplinaridade e a transversalidade se completam, na realidade escolar,
com o “olhar” de abordar o conhecimento, como algo ativo, inacabado, passível
de transformação e de ser vinculado às questões sociais.
Observa-se que já está estruturado o
caminho que precisa ser seguido pela Educação Ambiental, as leis que a regem,
os parceiros, já existe bastante discussão a respeito desse tema e muitas
bibliografias sobre o tema. O difícil é afastar da teoria e iniciar, dentro do
previsto em Lei, ações que podem já de imediato, dentro das escolas, assegurar
a possibilidade de mudanças de atitudes a longo e curto prazo.
O mais importante na questão da
Educação Ambiental na sala de aula é perceber que esse processo de
sensibilização da comunidade escolar pode fomentar iniciativas que transcendam
o ambiente escolar, atingindo tanto o bairro no qual a escola está inserida
como comunidades mais afastadas nas quais residam alunos, professores e
funcionários. Outro ponto bastante interessante é que os conteúdos ambientais
devem permear todas as disciplinas do currículo e se contextualizarem com a
realidade da comunidade. Dessa forma, a escola ajudará o aluno a perceber a
correlação dos fatos e a ter uma visão integral do mundo em que vive. Para isso
a Educação Ambiental deve ser abordada de forma sistemática e transversal, em
todos os níveis de ensino, assegurando a presença da dimensão ambiental de
forma interdisciplinar nos currículos das diversas disciplinas e das atividades
escolares.
Deve-se
lembrar que o Tema Meio Ambiente não se reduz apenas ao ambiente físico e
biológico, mas abrange também as relações sociais, econômicas e culturais.
Através dessa visão devemos propiciar momentos de reflexões que induzam os
alunos ao enriquecimento cultural, à qualidade de vida e à preocupação com o
equilíbrio ambiental.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: meio ambiente. Brasília: MEC/SEF, 1997.
- BARBOSA. Laura Monte Serrat. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) — Temas Transversais
- FRADE, Elaine das Graças; POZZA, Adélia Aziz Alexandre; BORÉM, Rosângela Alves Tristão. Guia de Estudos: educação ambiental na diversidade. Lavras/MG: UFLA, 2010.
- Educação Ambiental: Curso Básico a distância - Educação e Educação Ambiental II. MMA, 2001
- MORIN, E. Ciência com consciência. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2011, 268p
- BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Diversidade na Educação: o que fazem as escolas que dizem que fazem Educação Ambiental. Brasília: MEC, 2006.
- Projeto Apoema - Educação Ambiental. Disponível em <www.apoema.com.br>. Acesso em 05 de novembro de 2013.
- MEC. Portal do Ministério da Educação. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/meioambiente.pdf>. Acesso em 06 de novembro de 2013.
- Lei nº9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Presidência da República. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em 06 de novembro de 2013.
- Manual Prático de Educação Ambiental – FENEP. Disponível em <http://www.sineperio.educacao.ws/arquivos/Livro_Educacao_Ambiental.pdf>. Acesso em 05 de novembro de 2013.
- Conhecimento adquirido durante a matéria de Educação Ambiental na Diversidade, realizada pela Pós Graduação em Educação Ambiental, UFLA, 2013.